domingo, 26 de novembro de 2017

O DÍZIMO DO MEU SALÁRIO: MEU OU DE DEUS?

Por: Alexandre Garcia
Será o dízimo uma prática que deveria ser válida ainda hoje em dia? Será que pastores e ministros deveriam recebê-lo? Devemos ser fiéis dizimistas ou apenas estamos sendo enganados e entregando parte do nosso suado dinheiro a lobos cruéis, a homens gananciosos, que riem de nossa boa fé? O dízimo ainda é aceito por DEUS, ou é apenas uma forma de sermos roubados e extorquidos?
Este assunto é um dos temas mais polêmicos não só da atualidade mas como também do passado e este tema só é polêmico porque mexe com o nosso bolso. É dinheiro que poderia estar entrando em minha casa, e... não está. E quando se mexe no bolso, se mexe também em nosso pensar e agir.

Caso o leitor queira fazer uma cópia deste post esteja à vontade, pede-se apenas, para que não se configure plágio, que se mantenha o nome do autor e do endereço deste blog, 'emdefesa-dabiblia.blogspot.com', de onde o post foi retirado. Desde já o nosso muito obrigado. 

O dízimo de Abrão (pré-levítico)
A primeira vez em que a Bíblia nos fala sobre o dízimo, é com o patriarca Abrão (Gn. 14) que, ao resgatar seu sobrinho Ló de quatro reis que o haviam levado cativo, ao retornar, dizima ao rei Melquisedeque.  
Para nos orientarmos no tempo e espaço, Abrão viveu cerca de 4.000 anos atrás em terras que hoje conhecemos como Oriente Médio.
Houve uma guerra, de 4 reis (Anrafel, Arioque, Quedorlaomer e Tidal) contra 5 (Bera, rei de Sodoma, Birsa, Sinabe, Semeber e Belá). Por 12 anos, os reis haviam servido ao rei Quedorlaomer, mas ao décimo terceiro ano se rebelaram. No décimo quarto, Quedorlaomer e os reis que estavam com ele vieram contra os rebeldes. Venceram a todos. Muitos fugiram, inclusive os reis de Sodoma e de Gomorra. 
Ló, sobrinho de Abrão, que habitava próximo a Sodoma (Gn. 13:12), também foi capturado e levado cativo. Ao Abrão saber que Ló fora capturado, reuniu os seus criados, nascidos em sua casa, de número 318, juntou-se também com Aner, Escol e Manre, dono dos carvalhais (e das terras) onde habitava, e foi ao resgate de seu sobrinho. Mas neste resgate, Abrão trouxe bem mais que a Ló, trouxe também as mulheres, o povo e os seus bens que haviam sido levados- (Gn. 14: 16).
Em seu retorno, é recebido pelo rei de Sodoma, Bera, e também pelo rei de Salém, Melquisedeque; o rei de Sodoma fala a Abrão que não quer os bens, que estes fiquem com Abrão, mas quer apenas as pessoas - seus súditos, seu povo. Abrão diz ao rei de Sodoma que não ficará com nada do que não é seu, nem ao menos um cadarço de um sapato para que o rei não diga: eu enriqueci a Abrão. Salvo o que os homens comeram e a parte que toca a seus aliados, Aner, Escol e Manre. 
Perceba que o rei Bera deu a Abrão todos os bens de Sodoma resgatados por ele, mas ele não ficou com nada. Apenas o que os homens haviam comido, o pagamento de seus aliados e o dízimo daquilo tudo que Bera lhe havia dado; que ele entregou a Melquisedeque. O resto, todos os bens da cidade de Sodoma, foi devolvido- (veremos sobre estes bens, mais tarde).

Abrão e Melquisedeque
Ao Abrão se encontrar com Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do DEUS altíssimo (Gn.14:18), apressou-se a entregar-lhe o dízimo de tudo, de todos os bens que havia resgatado (pois recebera-os do rei Bera, de Sodoma- Gn. 14: 21, embora, após dizimar, não tenha ficado com nada- 14: 23, devolvendo os bens a quem de direito). Abrão somente dizimou a Melquisedeque porque o reconheceu não apenas como um rei, mas sim como um sacerdote do DEUS altíssimo, um sacerdote de YAHWEH.
Aqui temos que nos fazer duas perguntas:
1- O dízimo que Abrão entrega a Melquisedeque foi voluntário ou foi obrigatório?
2- O dízimo, é obrigatório, algo que temos de fazer, independente de querermos ou não?
Em primeiro lugar temos que entender que Abrão não morava em um grande centro povoado. Estava morando perto dos carvalhais de Manre, o amorreu. Ali ele era próspero. Mas não tinha "logo ali na esquina" um sacerdote do SENHOR para que este o pudesse abençoá-lo toda hora e nem receber seus dízimos.
Mas ao voltar do resgate de Ló, Abrão agora se encontrava face a face com alguém superior a ele, além de rei - autoridade terrena - era também sacerdote - autoridade religiosa - e o filho de Terá, então, pode dizimar. E o fez. Na presença de um sacerdote. Não na presença de um levita.
  (Eles ainda não existiam, mas o sistema dizimal, este sim já existia). 
Esta e a única vez que a Bíblia nos mostra Abrão dizimando. Mas temos que entender uma coisa: A Bíblia não afirma, em momento algum, que esta é a única vez que Abrão dizimou. Uma coisa é 'a Bíblia afirmar que 'esta é a única vez!'' Como por exemplo: (CRISTO morreu uma única vez - I Pedro 3: 18), outra é 'ela nos mostrar uma 'única vez", como quando, apenas um verso em toda a Bíblia nos mostra JESUS cantando um hino: (E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras - Mateus 26: 30). Para um bom interprete de texto, fica claro quando um texto, bíblico ou não, apenas relata uma única vez, podendo o fato ter se repetido ou não, como quando nos mostra - uma única vez apenas - JESUS cantando um hino, ou quando o texto afirma que 'foi somente uma vez'. Aqui não há a afirmação de que esta foi a única vez que Abrão dizimou, como querem alguns, sem suporte escriturístico para tal. A omissão de um segundo ou mais relatos, não é prova cabal de que o fato não tenha se repetido. Também não é prova que tenha se repetido. Mas o que podemos extrair deste texto é que, quando da presença de um sacerdote, um sacerdote do DEUS altíssimo, mesmo não estando sob a Lei Mosaica, Abrão não pensou duas vezes, e dizimou. Para Abrão ter conhecimento sobre a prática de dar dez por cento de tudo a um sacerdote de DEUS, devia ele antes ter sido instruído sobre a referida prática. A Bíblia não nos mostra Abrão sendo instruído sobre a mesma, mas como DEUS falava diretamente com Abrão, muito possivelmente DEUS o instruiu pessoalmente. Dizimar então, ao menos da época de Abrão para cá, a um sacerdote do DEUS altíssimo, tem sido uma prática justa - Abrão o fez e o sacerdote, que possivelmente também já havia sido instruído, embora este fato não tenha sido revelado a nós, o recebeu. 

O dízimo mensal
Pessoas que - como Abrão -  moravam em barracas no meio do deserto sem terem ali um sacerdote com eles a disposição, não dizimavam mensalmente, até porque não havia sacerdotes do DEUS altíssimo em cada esquina e praticamente também não havia novos ganhos em trinta dias. A Bíblia nos mostra que o dízimo era ofertado somente uma vez ao ano, mas era um dízimo anual que refletia os ganhos de um ano todo, não apenas dos últimos trinta dias do ano - ou ao menos de uma colheita toda que incluía o preparo da terra, o plantio da semente, o cuidado para que a planta se desenvolvesse, a espera até chegar a hora da colheita, a colheita e o separo do dízimo - se esqueci de algo me desculpem, pois não sou agricultor  (Dt 14: 22). Com a pecuária o mesmo, pois tem de se esperar toda a gestação do animal. Hoje como nossos ganhos são geralmente mensais, não há a necessidade de se esperar toda uma colheita ou gestação para se dizimar tudo somente no fim do ano. A principal economia de Israel era a agricultura e a pecuária. Enquanto esperavam a chuva, o Sol, e a planta (ou o animal) se desenvolver, não tinham eles lucro para poderem dizimar mensalmente, mas sim despesas, investimentos. Nós hoje não temos que esperar toda uma colheita ou um parto para recebermos. Recebemos, normalmente a cada trinta dias.  Quanto ao dízimo de Abrão a Melquisedeque ser um dízimo voluntario ou obrigatório, deixo aqui para nossa reflexão a afirmação de DEUS de que "Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis" (Gn 26: 5). Muitos acreditam que o dízimo de Abrão foi voluntário pois na época de Abrão não havia lei. Este texto, citação do próprio DEUS altíssimo prova que isso não é verdade. Havia sim leis, estatutos e mandamentos, como nos diz o texto acima, embora tudo fosse apenas de forma oral a princípio, sendo estas mesmas leis e estatutos redigidos somente após a invenção da escrita pelos sumérios e somente com os escritos de Moisés, viriam então parar nas Escrituras. Abrão teve o livre arbítrio, assim como nós também temos de não cumprir, de não ser fiel, mas decidiu ser fiel as normas e estatutos de DEUS. A questão aqui, não é se dizimar é obrigatório ou não, DEUS tem suas normas, suas leis, mas dá-nos a liberdade de escolha para cumpri-las ou não. A lei que não havia à época de Abrão era a lei mosaica, mas DEUS sempre teve suas leis. Abrão então, após resgatar a seu sobrinho, dizimou, cumprindo, não obrigatoriamente, como a um compromisso e nem voluntariamente, como se fosse um impulso próprio, mas cumprindo sem exitar os estatutos divinos, como o pai da fé que era e amigo de DEUS. Fé em DEUS. Foi isso o que levou Abrão a dizimar. Não por obrigação ou por voluntariedade, mas por fé. Não usou deste dízimo para o sustento de ninguém - dízimo para sustento do próximo é dízimo da Lei Mosaica - que ainda não existia e hoje em dia já não existe mais. 
A questão aqui é: Mesmo sem lei mosaica, o patriarca dizimou. Dizimou a um sacerdote de DEUS. Dizimou porque existia, não uma lei mosaica, mas porque existia um sacerdote. Se DEUS o instruiu que deveria dizimar a um sacerdote - pois Abrão  e Jacó sabiam muito bem a quantia certa a devolver - então é porque dizimar a um sacerdote era uma prática justa e uma ordem de DEUS. 
Outros acham que Abrão dizimou, não de seus bens, mas de um ganho inesperado (como se hoje fosse ganho de uma loteria, herança...). Mas Abrão não dizimou de nenhum ganho inesperado. Abrão lutou para resgatar seu sobrinho e como consequência, todos os bens. O rei Bera deu todos os bens a Abrão, mas este não quis ficar nem ao menos com um centavo. Apenas o que comeram para se manterem em pé para esta missão e o pagamento de seus aliados, afinal, entraram em uma briga que não era sua. Se Abrão não dizimou de todos os seus bens nesta ocasião, ora, é porque não dispunha de todos os seus bens ali, para fazer o balanço e retirar os dez por cento. Mas dispunha dos bens resgatados, que, segundo Bera, ele poderia ficar com tudo. Ele deu a parte de DEUS, a de seus homens e nada ficou com ele.  
Perceba que esta historia se passa cerca de quatro gerações antes do nascimento de Levi e bem mais de 430 anos antes de ser instituído por DEUS, através de Moisés, o sacerdócio levita e o povo de Israel. Portanto, afirmar que o sistema de dízimos começou com os levitas não tem fundamentação bíblica. Um homem de DEUS já separava a décima parte do que possuía e entregava ao sacerdote do DEUS altíssimo. E não postergou esta entrega. Assim que recebeu os bens, já dizimou. Os levitas foram sim beneficiados com o sistema de dízimos, mas este sistema, como vimos, não se originou com eles. Eles foram inseridos neste sistema. Bem antes do próprio Levi nascer, seu bisavô, o patriarca Abrão, já reconhecia em Melquisedeque, alguém superior a ele, alguém a quem ele deveria, além de respeito, também entregar o seu dízimo. Ele o entregou a Melquisedeque, não por ser este um rei, mas por ser este um sacerdote de DEUS. Se Abrão estivesse apenas cumprindo um ritual cultural local, entregaria o dízimo a Bera, que foi quem quis lhe dar todos os seus bens.
O dízimo portanto é anterior aos levitas. Não começou com eles e nem era exclusividade deles.

O dízimo de Jacó
Quanto a Isaque, filho de Abrão, não há registro se ele foi também um dizimista ou não, mas há registro de Jacó - seu filho e neto de Abraão - quando este se encontrava só, no deserto fazendo um pacto com DEUS. Diz Jacó: "Se fores comigo, se me guardares nesta jornada que empreendo e me der pão para comer e roupa para que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o SENHOR será o meu DEUS; e a pedra que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo- Gn. 28: 20 a 22. Jacó também era um conhecedor do sistema de dízimos e até então não dizimava, ao menos não fielmente. Jacó, que ainda não havia conhecido aquela que seria a mãe de Levi, promete para DEUS que se DEUS fosse com ele, ele certamente seria com DEUS, O confirmando como seu DEUS e dizimando de tudo. O povo de DEUS então, sabia que deveria ser dizimista, sabia que deveria dizimar a um sacerdote, ou seja, alguém que lhes era superior em questão teológica, um representante de DEUS e sabiam que DEUS esperava isso deles (Gn 26: 5). Cremos hoje que todos somos sacerdotes (I Pedro 2: 9), mas Abrão era amigo de DEUS (Isa 41: 8), conversava abertamente com Ele (Gn 15) e ainda assim sabia o seu lugar (Hb 7: 4). Isso tudo antes do sacerdócio levita. Isto é bíblico. Se alguém afirmar, portanto, que os dízimos foram criados exclusivamente para o sustento dos levitas e dos pobres, este alguém desconhece estas passagens bíblicas e realmente fala do que não conhece. Ou se conhece, não se importa, tentando forjar as escrituras a falar aquilo que se deseja ouvir. 
Muitos ainda acreditam que por sermos todos sacerdotes, devemos todos receber/administrar os dízimos. Isso significa que todos devemos receber dízimos?  O Antigo Testamento nos mostra que o povo de Israel deveria ser um reino de sacerdotes (Êx 19: 5, 6 / Lv 11: 44, 45 / Nm 15: 40), um objetivo e promessa cumpridos unicamente na Igreja, no Novo Testamento, que através da obra de CRISTO foi feita “sacerdócio real”, como assim designou o apóstolo Pedro em sua epístola (I Pe 2: 9).
Dessa forma, todo cristão genuíno é feito sacerdote em CRISTO, mas não no sentido intermediário, representativo e sacrifical, pois a obra redentora do Sumo Sacerdote que é CRISTO é definitiva e eficaz, mas somos sacerdotes no sentido de ter um relacionamento direto com DEUS através da reconciliação em CRISTO e por meio da obra santificadora do ESPÍRITO SANTO que capacita o redimido a viver uma vida santa de acordo com a vontade do SENHOR.
Veja que, mesmo DEUS querendo fazer do povo de Israel um reino de sacerdotes, os sacerdotes que ministravam no templo, que recebiam os dízimos, eram apenas os da linhagem de Levi. Aqueles que literalmente eram os representantes de DEUS. Hoje esta promessa se cumpriu em Sua igreja (IPed 2: 9), sendo que Ele mesmo "concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres" (Ef 4: 11). Cada qual com suas devidas funções para que a igreja possa se aperfeiçoar em seus serviços.

O dízimo no tempo dos levitas
Depois de cerca de 430 anos no Egito, o povo de DEUS precisava ser relembrado de várias coisas, inclusive dos dízimos. DEUS então informa a Moisés como deveriam dizimar, já que agora eram uma nação que continha, além de sacerdotes, também órfãos e viúvas, que ficavam desamparados  e tinha também os estrangeiros. O dízimo, que até então era simplesmente a entrega de 10% de tudo quanto se possuía (Gn 28: 22), agora sofre uma mudança, uma alteração. Não era mais tão simples. Para começar, temos agora durante o período levita, três espécies de dízimos: Antes de vermos os três tipos de dízimos, leiamos o que DEUS nos fala através de Moisés em Levíticos 27: 30 e 32:  "A décima parte das colheitas, tanto dos cereais como das frutas, pertence a Deus, o SENHOR, e será dada a ele""De cada dez animais domésticos, um pertence a Deus, o SENHOR de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo a YAHWEH"
Perceba que agora, no período levita, o dízimo não é mais 10% de tudomas 10% das colheitas  e de animais domésticosMas isso no período levítico. Veja que o dízimo, segundo DEUS, é algo santo, ou seja, separado para uso sagrado e será de YAHWEH, ou seja, do SENHOR- (verso acima).

O primeiro dízimo é: 
I- Para o sustento dos levitas, (Num 18: 21 e 24). A estes homens, DEUS autorizou receberem os dízimos de Israel, como uma herança, pelo serviço que prestam na tenda da congregação (vs. 21) e por serem a única tribo a não receberem herança em Israel (vs. 24). A tenda da congregação era um santuário, a casa de DEUS, que após Salomão, tornou-se num grandioso templo, o Templo de Salomão. Os levitas e sua família poderiam dispor deste dízimo, pois era a recompensa, era um pagamento pelo serviço prestado na casa de DEUS (Num 18: 31). Mas deveriam eles também apresentar os seus dízimos, ou seja, o dízimo dos dízimos. Ao receberem os dízimos de todo o Israel, deveriam os levitas separarem 10% e apresentarem-no ao SENHOR, entregando-o ao sumo-sacerdote. Nem todo levita oficiava como sacerdote, mas Arão  (como sumo-sacerdote) e seus filhos como sacerdotes (Êx 28: 41). Os demais levitas ministravam como uma espécie de diáconos ajudando aos sacerdotes no templo e entre o povo.

O segundo dízimo é:
II- Para festejar onde DEUS mandasse com sua família- (Dt 14: 22 a 26). Anualmente, deveria o israelita junto com sua família e o dízimo de toda a sua colheita a um lugar previamente determinado por DEUS, para ali, na presença de DEUS, comerem tudo. Era uma festa religiosa que tinha o intuito de preservar em suas vidas o temor a YAHWEH. Caso não pudessem carregar todo o dízimo, pois o lugar escolhido por DEUS poderia ser um lugar longe, poderiam eles venderem o dízimo e ao chegarem no local, comprarem tudo o que seus olhos desejassem comer.  

O terceiro dízimo é:
III- A cada três anos, como sustento dos levitas que moram na cidade do dizimista, também para os estrangeiros, os órfãos e as viúvas de Israel, ou seja, os mais necessitados- (Dt 14: 27 a 29 / 26: 12). 

Quanto a este último dizimo, que cuidava do sustento dos pobres e necessitados de Israel, aqui em nosso país, o Brasil, - que não é teocrática como o antigo Israel - os ajuda por meio de programas assistenciais, como o Bolsa Família, Bolsa Escola, moradias populares entre outros, todos beneficiados pelo governo. E o governo só os fornece porque recebe os nossos dízimos, opa, os nossos impostos, que é bem mais do que dez por cento de nossas rendas. Ajudamos então aos necessitados através do governo, que usa parte de nossos bens para realizar seus deveres (bem menos do que devia, é claro). Também as igrejas; igrejas sérias e comprometidas com a comunidade realizam com o dinheiro que entregamos a elas o serviço de ajudar os mesmos, através de programas de ajuda real, organizada e sistemática aos necessitados. Há  sistemas de ajuda reais tendo sidos muitas vezes já televisionado seus serviços ao redor do mundo - médicos e enfermeiros em lanchas e hidroaviões que atendem a população ribeirinha do norte e nordeste, entre outros programas assistenciais. Mas como se a igreja e o governo não bastasse, ainda ajudamos (falo por poucos, sei disso) pessoalmente ao, de nosso próprio bolso, e de irmãos caridosos também, levarmos pão e roupa a quem necessita. Não deixo de dizimar todo mês, mas gasto o dobro do meu dízimo com ajuda a quem necessita. Gosto muito de um dizer de Madre Tereza de Calcutá que ensina o seguinte:
"A pobreza não foi criada por DEUS, mas por mim e por você quando nós não repartimos o que temos".  A ajuda que dispomos hoje ao necessitados (um dos dízimos no tempo dos levitas), não deveria ser desculpa para não entregarmos, como Abraão, Jacó e outros filhos de DEUS, nossos dízimos  à aqueles que dedicam a vida a espalhar o evangelho. Ora, 'Não sabeis vós que os que prestam serviço sagrado, do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar, do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho' ou, na Linguagem de Hoje, '...que anunciam o evangelho, vivam do trabalho de anunciar o evangelho'- (I Cor 9: 13 a 14). Bom, eu prego o evangelho, deveria eu receber dízimos? Se me ocupasse na pregação do evangelho vinte e quatro horas por dia, 'se vivo do trabalho de anunciar o evangelho', sim. Mas se eu tenho o meu trabalho, ocupo-me com meu trabalho, trabalho este que me gera  lucro, dinheiro, mesmo que eu ocupe minutos para pregar o evangelho aos meus colegas de serviço ou a meus clientes, então já não estou mais exclusivamente  envolvido na pregação do evangelho. Não estou mais disponível 24 horas por dia. Existirá momentos, cerca de oito horas por dia que não estarei livre para atender as necessidades da igreja, mas deverei responder ao meu superior no trabalho. Não estou mais entre os  "homens que tem exposto a vida pelo nome de nosso senhor Jesus Cristo"- At. 15: 26.  Claro que muitos crentes hoje não mais entregam o dízimo; e mesmo crendo em DEUS agem desta forma porque não reconhecem ao ministro como um verdadeiro ministro de DEUS ou porque não reconhecem ao dízimo como em vigor hoje em dia. Entendem que como não há mais sacerdócio levita, não há mais dízimos. Porém, vimos que os dízimos eram anteriores aos levitas e que, ordenados por DEUS, estes se beneficiaram deste sistema. O dízimo não necessariamente tem que acabar com o fim do sacerdócio levita, simplesmente por não ter começado com ele. Não era exclusividade deles. Quando eles vieram ao mundo, o ato de dizimar já existia, apenas houve uma mudança de regras, para agora beneficiar, não sacerdotes isolados aqui ou ali, mas beneficiar a um povo inteiro, com mais de um milhão de pessoas. Outros creem que somente levitas circuncidados poderiam receber e administrar o dízimo, e que hoje, qualquer gentio incircunciso pode. Porém, ao entendermos que tanto o dízimo quanto a circuncisão são anteriores a formação de Israel como nação, e que durante a validade de Israel e a Lei Mosaica, os dois (dízimo e circuncisão) foram praticados lado a lado, mas que na era cristã, em um consenso entre os apóstolos de CRISTO a circuncisão foi abolida na casa de DEUS (Atos 15), e que não houve uma reunião similar para abolir o dízimo como houve para abolir a circuncisão, entenderemos porque hoje os incircuncisos a praticam. Também em Atos capítulo onze, vemos que até mesmo os gentios incircuncisos (vs. 15) receberam o ESPÍRITO, e os que eram contra, por serem eles incircuncisos, após entenderem que DEUS os estava chamando também, acalmaram-se e glorificaram a DEUS.    Abrão dizimou a um sacerdote, não a um levita. O dízimo deve ser recebido e administrado pelo sacerdote, que é uma autoridade ou ministro religioso. Há sacerdotes em diversas religiões. Tanto nas orientais como nas ocidentais. Mas aqui nos interessa aqueles da religião cristã; em que  "Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres"-  (Ef 4: 11). São eles que devem tomar conta de todos os ritos sagrados do cristianismo, inclusive o dízimo. Outros afirmam que a cada sete anos, ninguém dizimava, mas que hoje em dia, a arrecadação não para nem mesmo por uma semana. Bom, na verdade não há uma lei explícita que diga: “no sétimo ano estarás proibido de dizimar”. Mas conforme Ex. 23: 10, 11, por seis anos semear-se-ia a terra e se recolheria seus frutos. Mas no sétimo ano não se deveria cultivar a terra e deveria-se deixá-la descansar. Ora, como não se tinha lucro, era óbvio que também não se tinha dez por cento deste lucro. Dez por cento de nada é nada. Se você hoje deixa sua terra descansar a cada sete anos, ou a cada sete anos você não trabalha para obter lucro, também não tem do que dizimar. Muitos agricultores hoje fazem assim: dividem seu campo em duas, três ou quatro partes e a cada ano ou produção uma parte fica sem ser usada. No ano seguinte é a outra parte do campo que fica sem ser usada, alterando-se a cultura. Isto fazem eles não por motivos religiosos, mas para o bom uso de suas terras. Chama-se Rotação Trienal e era uma técnica de agricultura muito praticada na Idade Media. 


O ponto de ruptura com o sacerdócio levítico
Em Hebreus 7 no verso 5, diz: "E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que estes também tenham saído dos lombos de Abraão." 
Hebreus 7: 5 nos fala da 'lei de tomar os dízimos do povo'. Esta lei é a lei de Moisés, em que o israelita tinha que levar os dízimos para os levitas. Segundo esta lei, conforme explicado no verso 5, os levitas tinham o direito de tomar os dízimos do povo de Israel. Isso era lei! Lei completamente vinculada ao ministério sacerdotal dos levitas.
Na continuação do capítulo, os versos 6 a 10 falam sobre o fato de Levi, através de Abraão, seu bisavô, ter pago o dízimo à Melquisedeque. Isso mostra a superioridade da ordem de Melquisedeque sobre a ordem levítica (Hb 7: 7). De certa forma todos os levitas pagaram o dízimo (a Melquisedeque) ao invés de o receberem. Chegamos ao verso 12 de Heb. 7. 
O verso 12 é o ponto de ruptura com o sacerdócio levítico:
"Pois, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei"- (Hebreus 11: 12).
O verso está se referindo às leis relacionadas ao sacerdócio levítico e isto obviamente inclui a lei do dízimo citada nos versos 5 e 11, lei que ordenava a entrega do dízimo aos levitas. Estas leis são mudadas no momento em que CRISTO morre, ressuscita e torna-se Sumo-sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.
Este é o momento de ruptura com antigo modelo sacerdotal. Cai o sacerdócio levítico com todas as suas leis e surge um novo modelo sacerdotal que tem em CRISTO o nosso novo Sumo-sacerdote, para toda a eternidade- (Vs.13 a 17). Quando lemos que o sistema sacerdotal levítico caiu e como consequência suas leis caíram, inclui-se aqui a lei de que este capítulo trata: a lei do dízimo, mas a lei do dízimo segundo o sacerdócio levita.
O tema principal de Hebreus 7 é a supremacia do novo modelo sacerdotal. A abolição da lei que obrigava a entrega do dízimo aos levitas é apenas citada para ilustrar a falência do antigo modelo sacerdotal. Fica evidente que quando o modelo levítico é superado e cai por terra, que todas as leis atreladas a ele também caem por terra.
Para tirarmos todas as dúvidas que por ventura ainda tenhamos quanto a anulação deste sacerdócio, basta continuarmos a leitura do capítulo.
"Sim, o antigo sistema de sacerdócio baseado no parentesco foi cancelado, porque não deu resultado. Era fraco e inútil para salvar o povo. Nunca tornou ninguém realmente justo para com Deus. Agora; porém, temos uma esperança muitíssimo melhor, pois Cristo nos torna aceitáveis a Deus, e agora podemos aproximar-nos dele. Deus fez um juramento de que Cristo seria sempre Sacerdote. Embora nunca tivesse dito isto de outros sacerdotes. Só a Cristo Ele disse: "O Senhor jurou e nunca mudará de ideia: Você é Sacerdote para sempre, da mesma classe de Melquisedeque"- Hebreus 7: 18 a 21. - NBV.
Com esta citação, percebemos ao menos duas coisas: primeiro - o sistema dizimal  levita, com todas as suas leis e formatos, acabou. Não podemos hoje atribuir a igreja um formato dizimal como nos moldes levíticos.
Como vimos (Hb 7: 18 - 19) o mandamento anterior foi abrogado, o sistema levita chegou ao fim. E hoje a igreja, com pastores e presbíteros é comandada pelo Seu Sumo-Sacerdote (Hb 4: 14) JESUS CRISTO, segundo, não mais o sacerdócio levita, mas sim segundo o novo modelo sacerdotal, do qual JESUS é para toda a eternidade nosso sacerdote, segundo a ordem sacerdotal de Melquisedeque- (Hb 7: 17). 
Segundo - há uma discussão infinda se Abrão entregou o dízimo por obrigação ou não. Se havia lei ou não. Já comentamos isso aqui. Mas se o sacerdócio hoje é o mesmo que o de antes dos levitas, o sacerdócio de Melquisedeque, hoje não vivemos mais no tempo de Abrão, mas sim com o sacerdócio daquele tempo. E... "mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei'' - (Hebreus 11: 12).  Veja, não faz-se a aniquilação da lei, mas sim a mudança da lei.  Há uma lei. Como sempre houve. DEUS não é DEUS de confusão. Se não houvesse lei desde o Éden, o homem não teria caído em pecado, pois não teria lei nenhuma para descumprir. Agora, a existência de uma lei, não necessariamente te leva a uma obrigação de cumprir esta lei. DEUS nos dotou do livre arbítrio, e você e eu somos livres (livres, não obrigados), para aceitá-lo ou não, para O segui-lo ou não, para O amá-lo ou não, para cumprir Suas leis e estatutos, ou não.
CRISTO nos diz: "Dei-vos um exemplo para que, como Eu vos fiz, também vós o façais"- (João 13: 15). Em plena era cristã, JESUS nos aconselhou a dizimar (Mt 23: 23), porque o dízimo tem uma causa primária que ainda não foi abordado neste estudo. Ao devolvermos dez por cento de todo o nosso suor para a causa de DEUS, reconhecemos, como Abraão e Jacó, que tudo é dEle e Ele nos dá o quanto quer. Reconhecemos que Ele é o dono de tudo e que requer de nós apenas dez por cento. Esta é a melhor sociedade que existe. Não é 50/50, mas 90/10. Ao abrirmos mão de dez por cento, reconhecemos que temos um DEUS superior. E praticamos o desapego. A abnegação. O dar e doar-se. A não avareza e a compartilhar o amor e o sustento. 

O dízimo no tempo da graça
Outros afirmam que em tempo de graça, não há mais a funcionalidade do dízimo. Embora esta frase tenha lá o seu apelo, ela não é bíblica. Não se encontra lá. Nem a frase e nem a teologia. Se assim fosse, se houve um tempo que não fosse tempo de graça, pergunto como as pessoas do antigo Israel, do antigo testamento, eram salvas. Por acaso salvaram-se por seus dízimos? Salvaram-se por suas obras? Salvaram-se por cumprirem leis? A teologia a qual afirma que o tempo de graça é somente da encarnação de JESUS para cá, é uma teologia manca, legalista, pois credita a salvação do homem anterior a CRISTO, ao cumprimento de leis e obras e não a graça redentora de JESUS. Entende que em algum momento da história não foi necessário o sangue salvífico de CRISTO, bastava apenas eu me esforçar em cumprir as normas. Não havia graça. Somente leis. Porém, a Bíblia nos ensina que JESUS CRISTO morreu uma única vez para salvar a TODOS- (1 João 2:2 - "E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo."). O antigo Israel esperava O MESSIAS, O SALVADOR. Salvando-se pela lei, como se quer fazer entender, não haveria mais a necessidade de um MESSIAS, de um SALVADOR, pois eu mesmo tornaria-me meu próprio salvador e daria margem para eu me engrandecer e dizer que estou salvo por meus méritos. Mas sabemos que a salvação não é mérito nosso, justamente para que ninguém se glorie. A salvação é pela graça desde Adão até hoje. Sempre foi e sempre será. Sempre existiu a graça divina - se não, nem existiríamos - e sempre existirá a lei também, afinal, DEUS não é DEUS de confusão mas sim de ordem. Uma nos salva. A outra, vivemos por ela. 
"A graça é a fonte da salvação; o sangue de JESUS é o meio que DEUS encontrou para tornar essa graça possível a você e a mim; a fé é o método que eu uso para me apropriar da graça de DEUS através do sangue de CRISTO, de Seu sacrifício; e as obras são o resultado do meu relacionamento com JESUS".

O ensino de CRISTO
Já vimos que o dízimo não se restringia a formação de Israel. Abraão, Melquisedeque, e o próprio Jacó/Israel eram anteriores a nação Israelita e a Lei Mosaica. A nação israelita foi formada e hoje Israel continua lá, mas CRISTO e seus apóstolos chamaram israelitas e gentios para algo novo. Para JESUS. Vinde a Mim, diz Ele. E diz mais: 
"Ai de vós, doutores da Lei e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas tendes descuidado dos preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Deveis, sim, praticar estes preceitos (o dizimar), sem omitir aqueles (justiça, misericórdia e fé)"...- (Mt 23: 23). Aqui JESUS CRISTO nos mostra que já em Seu tempo, debaixo de Seu ensino, devemos sim termos misericórdia, justiça e fé mas não deixarmos de dizimar. Não é apenas, como dizem alguns, um judeu explicando para outros judeus os pormenores da Lei. Era JESUS, o nosso Mestre em tudo nos ensinando como agir, como viver em nosso dia a dia. "JESUS nos deu o exemplo, assim como ele fez, façais vós também"- (I Ped 2: 21). Em plena era cristã JESUS nos ensina a termos fé e sermos misericordiosos ("...sem omitir aqueles...") e a também continuarmos dizimando ("...deveis sim praticar estes preceitos..."). Disse JESUS para darmos a Cezar o que é de Cezar, e a DEUS o que é de DEUS. O que é de Cezar? Os nossos impostos. E o que é de DEUS? 
(paráfrase de Mateus 23: 23): "Ai de vós, doutores da Lei e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas tendes descuidado dos preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Deveis, sim, dar o dízimo, sem omitir a justiça, misericórdia e fé"). 

O roubar a DEUS de Malaquias 3: 8 
"Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim, me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênçãos sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos" - Mal 3: 8 a 11.
Muitos acreditam que não deveríamos mais utilizar este texto na igreja por se tratar de uma situação relacionada entre DEUS e os descendentes de Jacó, ou seja, o Seu povo (vs 6). Mas, independente sobre a quem esta história se refere, roubo a DEUS é roubo a DEUS em qualquer lugar, com qualquer povo ou qualquer pessoa. 
Com uma linguagem forte, sem meias palavras, Malaquias mostra que o homem tem roubado a DEUS ao reter os dízimos e também as ofertas que lhe são devidos. Muitos não conseguem perceber que é possível roubar a DEUS até mesmo nas ofertas, assim como nos dízimos. 
Já o devorador citado em Mal. 3: 11, era possivelmente uma referência a gafanhotos destruidores de colheitas. Ou seja, DEUS estava dizendo que repreenderia quem poderia fazer o homem ficar sem uma erva sobre o campo. No verso 8 e 9, ao se sentir roubado, DEUS avisa que amaldiçoaria e não abençoaria quem o roubasse.  Essa maldição do (vs 9) teria a ver com a escassez de colheita (vs. 11), e a devastação do campo- (Ag 1: 6 / Ml 2: 2) de onde o homem tirava muito mais que seu sustento, mas sim, sua riqueza. Muitos de nós hoje não trabalhamos no campo e nem há aqui no ocidente, milênios depois, a mesma espécie de gafanhoto, mas o principio da benção ou maldição permanece, pois, o devorador ontem, era um gafanhoto, hoje, é qualquer coisa que faça as vezes do gafanhoto, também impedindo a prosperidade. O princípio do roubar a DEUS também permanece, pois roubo é roubo. Se o texto aqui se refere do roubo dos filhos de Jacó (vs 6), e que em uma forte condenação o profeta se refere a Judá como "vós, a nação toda"- (vs 9), e não como o povo de DEUS, é evidente que esse roubo a DEUS era praticado por todos, toda a nação. Sim, a história nos mostra a indignação de DEUS contra o povo de Judá por o estarem roubando. E com esta história, aprendemos que DEUS não gosta de ser roubado, nem pelos filhos de Jacó, nem por mim e nem por você.

Lobos devoradores 
Aqui neste tópico quero deixar uma coisa muito bem esclarecida. Leia com calma e muita atenção. É claro que não podemos ser inocentes. Sempre existirá pessoas em nosso meio que vão usar deste sistema divino para tirar dinheiro do fiel inocente, e enriquecer as suas custas. Sempre haverá algum joio misturado com o trigo, estarão juntos, crescerão juntos, se misturarão e você pode nem perceber suas reais intenções. Não é uma regra geral, mas isso se dá principalmente em sistemas religiosos não democráticos, ou seja, onde não há eleições de tempos em tempos para trocar, democraticamente a liderança da igreja. São sistemas religiosos - igrejas - pequenas ou grandes igrejas, onde há um dono ou um casal de donos que 'nunca larga o osso', se me permitem o ditado. Em sistemas democráticos, de tempos em tempos, há eleições e, pela direção divina há uma mudança na direção. Muito cuidado onde alguém se intitula dono da igreja e nunca larga sua direção, como se fosse ele o dono, e não JESUS, o único e verdadeiro dono da igreja. Estas "igrejas" que tem donos não perdem tempo, pois entre um e outro assunto, o tema dinheiro é sempre recorrente. Não que não se deva falar em dinheiro (JESUS mesmo falou e nós estamos falando agora), mas cada coisa tem sua hora, seu lugar e seu tempo. JESUS falou em dinheiro, mas falou rapidamente e logo passou a falar sobre o que realmente importa: o reino de DEUS. Não o reino dos homens. O reino dos homens só nos fala em carro zero, em iates, em viagens, casa própria (...) Muito cuidado quando enfaticamente lhe disserem que você é filho do REI  e que portanto você é um príncipe e como príncipe você não pode ter uma vida medíocre, mas que você merece todos os itens citados agora a pouco. O FILHO DO HOMEM (JESUS) não tinha nem mesmo onde reclinar a cabeça.  E para você conseguir tudo a que tem direito (casas, carros... [carros apenas não, vi em um programa "religioso" estes dias, não um carro, mas um Camaro, um importado esportivo de milhares de dólares]), você então deveria, segundo a teologia dos devoradores, depositar todo o dinheiro que você tem e o que você não tem aos pés de DEUS, como se pudéssemos barganhar com DEUS. E para isso, além do dízimo, porque só o dízimo não interessa, temos fogueira santa, saquinho com dez gramas de farinha de trigo abençoada pelo preço de um saco de dez quilos, rosa santa que vale um roseiral inteiro, água abençoada e muito mais. Isso não é bíblico. "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens"- Mc 7: 7. Devemos sempre estar atentos para não cair nas garras de lobos vorazes em pele de cordeiro. Há enganadores do povo que amam ao dinheiro ao invés de amar a DEUS. Eu mesmo fui convidado a 'abrir uma igreja' em uma garagem que meu interlocutor tinha, para juntos, conforme palavras dele, "tirarmos o dinheiro destes trouxas". Ao dizimarmos, procuremos conhecer o programa de evangelismo da igreja, se a igreja tem um dono ou é democrática, se o pastor desta igreja 'empoeira os pés' junto com você de casa em casa como fazia Paulo ou se é apenas um pastor de púlpito. 

Considerações finais
Não podemos esquecer que foi DEUS quem instituiu o dízimo antes mesmo de se formar a nação israelita. Não podemos esquecer também que foi o próprio SENHOR JESUS CRISTO quem nos diz: "deveis fazer estas coisas e não omitir aquelas" (o dízimo, a justiça a misericórdia e a fé). Ele não disse isso apenas porque seus interlocutores eram judeus e estavam ainda debaixo da lei mosaica. Não. Se assim fosse, Ele não teria quebrado com as tradições  e leis judaicas como quebrou (Mt 15: 1 a 9 / Lc 5: 27: 31 / 33 a 35 / 6: 1 a 5 / 6 a 10...). Ele assim determinou dizendo "deveis", ou seja, é um dever do homem tanto o dizimar quanto a justiça e a misericórdia. E não devemos dizimar com a intenção de dar para enriquecer, mas devolver porque Ele assim determinou. E quem sou eu para ir contra DEUS? Devolver porque tudo é dEle e mesmo assim, Ele nos dá noventa por cento e requer de nós apenas dez. Devolver porque DEUS não quer sovinas na eternidade, mas filhos e filhas que são desapegados. Muitos há que são dizimistas e são ricos como Abraão, já outros são como Jacó, que apenas tinha uma pedra como travesseiro. Mas que DEUS ao falar de nós, possa, como falou de Abraão, dizer: "Este guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis". Que possamos, sem paixões, refletirmos nos desígnios divinos.


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